CORDAJE
Ediciones Franz, Madrid, 2023
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Sobre el libro: «Se abre el telón y ahí van los tambores, ahí va la madera, el pulso y los algoritmos, se abre el telón y lo imaginas»; «El tiempo del fraseo cuando entona el poema y se adentra en sus modos y materiales y no puede hallar el cauce de la pausa». Estos son los ritmos. He aquí un lugar imaginado que se escribe desde dentro, que trama un cordaje lingüístico y caligráfico mientras centellean las estrellas de la creatividad y suena el fraseo del tambor. 

SARILHO DA BERLENGA FUTEBOL CLUBE
Editora Labirinto, Fafe, 2022
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Na pausa das fainas, com o corpo doído entre mares e cabos fortes, a malta da pesca organiza-se sossegadinha e contente no campo da bola para mais um desafio que não vinha no livro. Paradinho, o mar lá fora. Linhas mal pintadas, balizas assim de improviso, mas com certo estilo e rigor, que a gente não sabe bem explicar. Vai ser peladinha de rapaziada do mar, aqui no agreste chão dos Farilhões, Arquipélago das Berlengas, com a caldeirada ao lume para logo, e outras buchas também, mais o calor da fogueira para trazer certa companhia e ajudar a montar o país. É pasto duro e não vem na televisão, mesmo que já por aí andem umas imagens a saltar nos telemóveis da malta, que a gente não sabe como cá vieram filmar e nem sequer é bem a gente, mas actores bonitos de um filme que eles cá fizeram a fingir uma coisa meio desconsolada. [...] 

ESTRELA TAMBOR 
Editora Labirinto, Fafe, 2020
|recensão de Victor Oliveira Mateus|info|

Pode haver um modo que explique a arrumação da frase, cabaz das imagens e narrativa dirigida como autêntica indústria costeira, passo de estrela inquieta. Pode haver aquela maneira de traçar uma explicação possivelmente tão mais cómoda e feita às naturezas da gente. É assim: a cena tende a principiar na sacudidela, levanta espuma bonita à volta e acama então a gramática, essa bateria de sistemas que procuramos recordar cada vez que um novo ano começa com aquele mergulho logo pela manhã, como se brinquedo só o pulo e lei de força para o ano todo esse pulo no mar tão frio que a gente só conhece do litoral oeste português. [...] 
UM LONGO TEMPO NOS PULOS DO MAR
Ilustrações de Patrícia Guimarães
Douda Correria, Lisboa, 2018
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De prosas e voltas marinheiras, pulinhos no barco da frase e atletismos e longas temporadas no país de imaginar, assim as madeiras da sílaba, balão que sobrevive nas muralhas do léxico e começa a crescer, assim o tom nos campismos e das aventuras, gramática na conquista, tributamos a lentidão. E se a frase corre ao lado do passo todo crescido nas corridas agora só vai ser mais uma volta à pista, que o tempo é todo para cantar, o ritmo é para cantar, e aí vai uma viagem mais nos baloiços da frase, uma corrida tomada nos pulos da frase, esses anos que de repente hoje chegam aqui e nada parece ter mudado assim tanto, esses anos a brincar nas surpresas de nos acharmos afinal juntos, a gente a cantar ao lado as canções do duque branco quando somos já um bocadinho também dessas canções e um ponto lá longe dessa música, os bailes do duque e a guitarra tão bonita [...].
SUPERTUBOS | poemas 2005-2015 
Prefácio de Rui Alberto Costa
Enfermaria 6, Lisboa, 2015
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[...] É preciso “ver torto” e ler torto, são poemas em movimento, “mexem bastante”. Não nos levarão à “terra do nosso regresso”. Como podemos fiar-nos num verso que diz “sopra tão limpo cruel o fabuloso”? Mesmo com “pés gigantes e bronzeados”. Talvez as frases sirvam apenas de contraste ao “silêncio crepuscular”, o corpo é que tem de se bambolear à procura de um equilíbrio que evite uma e outra vez quedas na calçada, isto até chegar ao baloiçamento do barco (ou à biomecânica do ciclista em dia de montanha), mar a toda a volta, por cima e por baixo, esse mar infinito sem fronteiras que interrompam o viajante. [...]  Em "Do vigor irremediável da presença nómada", texto de Víctor Gonçalves lido na apresentação de Supertubos | poemas 2005-2015.
ONDE FINGIMOS DORMIR COMO NOS CAMPISMOS
Enfermaria 6, Lisboa, 2014
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Primeira série, 61 exemplares, numerados e chancelados de 01 a 61. Ciclo de lançamentos e leituras: Lisboa, 5 de Dezembro de 2014, no Vélocité Café, por Rui Zink; Salamanca, 10 de Dezembro de 2014, na Biblioteca Pública Casa de las Conchas, por João Guerreiro e Lina Rodríguez Cacho. Sobre o livro, vide texto de apresentação, por Rui Alberto Costa, esta leitura visual de Rui Zink, uma breve antologia de Ricardo Domeneck no blog "modo de usar", esta ilustração ao poema "Uma estrela igual", esta nota na imprensa de Salamanca, estoutra, umas quantas entradas no livro. "Onde fingimos dormir como nos campismos" está também disponível para leitura em formato online, bastando para tal seguir o seguinte link. Mais informação sobre a edição, pontos de venda e encomendas ao editor, aqui
UMA PEDRA PARECIDA
Prefácio de Manuel Margarido 
Do Lado Esquerdo, Coimbra, 2013
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Sobre o livro, do qual se imprimiram 100 exemplares, algumas observações de Manuel Margarido, que também assina o prefácio: "Segundo livro da chancela «do lado esquerdo», Uma pedra parecida surge, numa tiragem tão exígua como rara é a cintilação desta obra de Hugo Milhanas Machado, autor de trabalho poético já considerável e senhor de uma linguagem e voz tão próprias que se poderiam tomar por galhardias, facilidades ou divertimentos. Longe disso, como tentei enunciar no prefácio e, melhor que eu, de si mesma dá conta a obra do autor, que se contrói em refutação de aparente desembaraço. As fascinantes ocupações do livro são um desafio, desde logo no entendimento do jogo da sua sintaxe, linguagem, voz que se faz em si mesma, autor sem epigonismo. [...]"
AS JUNÇÕES
Artefacto, Lisboa, 2010
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Leitura de Nuno Dempster a As Junções no blogue A Esquerda da Vírgula. Um fragmento: "[...] Para mim tenho que HMM, talvez subconscientemente, pretende, quando assume esta agitada linguagem em que as palavras são, tantas vezes, uma a uma, imagem, ideia ou sensação, não o reconhecimento dos leitores nos poemas que escreve, mas o reconhecimento do que HMM escreve nos poemas que os leitores lêem, distanciando-os, um pouco como a célebre técnica de Brecht e muito, indo eu neste raciocínio, como expressão atonal com que, conscientemente ou não, HMM traduz o seu tempo. Não é o primeiro poeta a que associo muita da música erudita contemporânea, que testemunha esta época dissonante. [...]"
ENTRE O MALANDRO E O TRÁGICO
Sombra do Amor, Lisboa, 2009
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Escreve Manuel Margarido: "Em 2009, Hugo Milhanas Machado publicou “Entre o Malandro e o Trágico”, depois de “Poema em Forma de Nuvem” (2005); Masquerade” (2006); “Clave do Mundo” (2007); “À cama com Portugal” (tríptico policopiado: 2009). O livro de que aqui se fala, tarde e a más horas, é certo, engloba um conjunto de poemas (25) que são ‘recuperados’ da produção destinada a “Clave do Mundo”. Não são sobras, porém. Formam um conjunto formal e tematicamente coeso e de contagiante alegria. Versos cadenciados, rápidos e de uma destreza fonética de pendor quase lúdico, na muito lúdica sintaxe deste autor."
CLAVE DO MUNDO
Sombra do Amor, Lisboa, 2007
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Leitura de Henrique M. B. Fialho: "[...] A Clave do Mundo é um livro lento, como a paisagem que aparece na capa. Não é de leitura fácil, exige-nos uma predisposição que passa, sobretudo, por um investimento nos ritmos elípticos que caracterizam estes poemas. Epígrafes respigadas em letras de canções, à mistura com poetas consagrados tais como Cesariny ou Ruy Belo, não disfarçam a complexidade desta poesia. Começa a colectânea com um longo poema intitulado O Metrónono do Mundo. Lembra-nos uma peça de jazz, um riff a marcar o andamento entre vários improvisos. É um poema de amor que nos envia, mais ou menos voluntariamente, para Daniel Filipe (“a invenção do amor”), Natália Correia (“a defesa do poeta”), Hugo Von Hofmannsthal (“a carta de Lord Chandos”), entre outros."
MASQUERADE
Sombra do Amor, Lisboa, 2006
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Precedido de "Amurada" e addenda ao primeiro poema de "Danças Para o Apocalipse". Tradução em castelhano de "Amurada" por Rebeca Hernández. Fotografias de Sophia Pereira. "Nós, os grandes guerreiros, / entramos na casa pela porta azul. / Há um pequeno vaso de vidro à entrada, onde depositamos / um beijo, um pouco de memória. // A avenida que leva à casa já foi uma larga floresta e / nela bebíamos todas as tonalidades possíveis do cor-de-rosa. / As plantas entretanto morreram ou nasceram num outro lugar, / talvez nunca o venhamos a saber. A avenida que leva à casa é agora / um largo braço de carne que se nos estende quando as palavras sagradas. / Somente quando as palavras sagradas: este é o nosso segredo, / está nos olhos dos grandes guerreiros. [...]"
POEMA EM FORMA DE NUVEM
Prefácio de Elisabete Marques
Gama, Torres Novas, 2005
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"(último mar) desejávamos a palavra / que nos facultasse o mar / e nos dissesse o poder do (único) símbolo / como ciclistas montávamos bicicletas / e percorríamos pela noite o derradeiro som / a sílaba limite / que a ele nos prendia // o nosso último mar."